terça-feira, novembro 06, 2007

Burma/Myanmar - Ghandi Vive



Esse é um texto importante, escrito pelo homem que foi o último chefe de estado da antiga Checoslováquia e o primeiro presidente da República Tcheca, Vaclav Havel,um libertário acima de tudo, já citado neste blog.

Ele mostra perfeitamente como somos alheios às questões mais importantes e achamos que "democráticamente" assistimos a um resumo das notícias mais importantes do dia no nosso jornal favorito, ou no site, ou na televisão.

A situação em Burma/Myanmar é grave, e nada se fala a respeito!

A tradução, foi feita na raça, por mim mesmo, mas na hora que a coisa "apertou", tive que recorrer a especializadíssima ajuda da Yzwooh (Sitzuokohara para os íntimos), que retraduziu o texto e revisou toda a tradução.

Muito obrigado Sitzo!

Segue a tradução e um link para a versão em Inglês:

Versão integral em Inglês (traduzido do Tcheco)

(clicar no link do texto (In the coming days)

Nos proximos dias

Nos próximos dias e horas, o futuro destino de Burma/Myanmar e a sina de mais de cinqüenta milhões de seus habitantes serão decididos.

A situação atual vem se desenhando por muitos anos.
Ninguém, no entanto, foi capaz de dizer com precisão, quando uma revolta aberta contra a ditadura militar ocorreria.

Eu temo que, com apenas algumas poucas exceções, as diplomacias de muitos países mais uma vez foram surpreendidas e pegas “de calças curtas” pelo rápido desenrolar dos fatos e estão, portanto, despreparadas e sem saber o que fazer.

Quantas vezes isso aconteceu? O que é pior, entretanto, é a consideração mostrada pelo medo entrincheirado de uma reação dos países, que acham o silêncio mortal existente – através do qual esses países asiáticos se apresentam para o mundo exterior – conveniente.

Em Burma, o poder de monges educados – pessoas que são desarmadas e pacíficas pela própria natureza – se insurgiu contra o regime militar.

Isso não é uma grande surpresa para aqueles que tiveram um interesse mais aprofundado na situação de Burma.

Uma maioria de monges achou difícil de suportar os esforços centrais e regionais para corromper a sociedade monástica e danificar a sua imagem para pressionar os seguidores de outras religiões.

Claro, se eles não tiverem os benefícios do apoio universal, coordenado, econômico e político da mídia, todo o desenvolvimento em Burma deve retroceder aproximadamente vinte anos.

Diariamente, podemos escutar "learned debates" e proclamações emocionais em defesa dos direitos humanos em muitas conferências no mundo todo.

Como é possível que, em última instância, não somos capazes de responder contra a força militar que está se estabelecendo em uma capital e vários outros centros de resitência.

Por décadas estivemos lutando pela reforma das Nações Unidas para que possamos renunciar à nossa dignidade cívica e humana frente aos conflitos, não só os notórios, mas também os que estão acontecendo agora em Burma ou Darfur.

Não são as vítimas da repressão que estão perdendo sua dignidade, mas a comunidade internacional, que olha e assiste seu destino.

Ditadores não conseguem usar nenhuma outra explicação para a falta de habilidade para coordenar medidas internacionais do que olhar para isso como confirmação do status quo e sua própria impunidade.

Vaclav Havel


www.vaclavhavel.cz

2 comentários:

Julia disse...

He's coming back!

Diogo disse...

e quem não leu com a justificativa de não estar dentro mdos padrões "pocket info", meus pêsames....