quinta-feira, novembro 29, 2007

Menos


Todo dia me pego com algum pensamento do tipo:

"Esse é o problema do mundo."

Já foram os E.U.A.,o dinheiro, a Globo, o F.M.I. e muitos outros que nem é bom falar.

Hoje eu acho que é o crescimento.

Não este ou aquele, mas quase toda espécie de "crescimento" que é comemorado pelas sociedades humanas, incentivado.

O problema é que o crescimento em si não é algo bom por natureza.

Problema de visão, de ausência ou presença de óculos. Problema de um pensamento que continua acostumado a pensar em dominar o globo, demarcando territórios.

Continuam vendo cercas e muros, pensando que o mundo acaba ali. Sem notar que só o que percebem do mundo acaba ali.

E viva o crescimento, faz um puxadinho. Seu menino cresceu hein?!

E crescem a humanidade, as economias e as empresas juntas com as doenças, violência, fome e miséria, juntas com a proximidade do fim da nossa estadia.

A cobra comendo o rabo. Fácil de ver. Como olhar essa imagem aqui em cima. Mas nem tanto.

Ilusões de ótica

Achei demais isso, sei que é meio batido mas....

A fonte é www.ilusaodeotica.com

Quantos pontos pretos há na imagem?



Mexa os olhos ou a própria cabeça para ver os três seguintes



quarta-feira, novembro 28, 2007

Drops Vespertino


Do Temper Milles

"O homem e o cão só são amigos porque um não imagina o que passa na cabeça do outro."

(ao perder sua coxinha para um astuto canino que não fica naquela padaria por acaso)

Drops Matinal

Do meu pai, ou melhor, do Alcorão.

Quanto um ato bom é praticado por alguém, é como se a humanidade inteira se tornasse boa. E quanto um ato mau é praticado por alguém, é como se a humanidade inteira se tornasse má". (Sura 3).

terça-feira, novembro 27, 2007

Temper Miles

Estive conversando com Temper Miles que me disse:

"Temos apenas dois compromissos na vida, um com a plenitude e outro com a felicidade."

(Em conversa com um amigo próximo, sobre oportunidades.)

"Essa semana acontecerá o maior IPO da história da Bovespa, com a entrada da BM&F"

(mostrando estar atualizado com relação ao mercado financeiro e seus aprendizados com o Tio Patinhas)

"Estamos sem nos ver há oito isqueiros."

(Em alusão a uma aposta que ele tinha com uma amiga oriental que lhe dava isqueiros em troca de suas histórias)


"Amanhã, ganharemos muitos adeptos para a "campanha por uma nova visão": 30.000 corinthianos de óculos no pacaembu. Olhando para o Carlão e vendo o Finazzi!"

(mostrando bom humor e engajamento ao criar inimigos em massa.)

Almoço com o pai

Vittorio Gassmann - (Genova, 1 de Setembro de 1922 – Roma, 29 de Junho de 2000)

Almoçar com meu pai nunca é só um almoço.

Sempre saio com algum brinde intelectual.

Alguma história, um conhecimento, uma frase, um autor.

Desta vez ele estava radiante e melancólico (ao mesmo tempo) e posteriormente disse que nosso almoço foi incrível.

Realmente senti ele muito animado, porém sentido com um perda iminente.... mas estava feliz.

É dessa duplicidade, desse sentimento dúbio é que é feita a alma humana e a beleza da poesia.

Duplicidade que nos é negada na vida, no tempo...

E desta vez meu pai me presenteou com uma frase incrível de um grande ator italiano chamado Vittorio Gassmann, dita em uma entrevista dada ao Roberto D'Avilla, que fala justamente sobre isso:

"La vita dovrebbe esse due - la prima per provare e l' altra per vivere"

A vida deveria ser duas - uma para aprender e a outra para viver.

Vittorio Gassmann

sexta-feira, novembro 23, 2007

Rapsberry Dreams Testa

Declaro aberto um novo tipo de postagem no Rapsberry Dreams:

O Rapsberry Dreams Testa.

Funciona da seguinte maneira:

Eu recebo uma dica, seja ela musical, cinematográfica, ou o que quer que seja. Baixo, ouço, vejo, uso, faço o que for necessário e depois passo o veredito Rapsberry Dreams aqui no blog. Que tal?

Vamos começar com duas dicas:

1 - Sitzuokohara - Tipo de dica: Musical - Banda: Pink Martini - Album: Hang On Little Tomato

Descrição: Sitzo disse que a banda é incrível, que mistura tudo, e que tem até uma música em português.

Vejam o site: www.pinkmartini.com




2 - Domenico - Espaço domenico

Tipo de dica: Musical - Banda: The Strokes - Album - Is This It
Descrição: Pelo próprio Domenico, no Espaço domenico:

"Bom já na capa. Tá meio "velhinho", quem gosta de Rock "Novo" conhece de cabo a rabo. É um disco animal, do começo ao fim. Mistura o som de guitarras pesadas com timbres velhos e harmonias simples e precisas. Rock prático e rápido. Destaque para as faixas "Barely Legal" e "Someday". Mas é desse que todas as músicas são muito boas."



Veremos senhora Sitzuokohara e senhor Domenico!

Que rufem os tambores!

Dicas à granel

Madlib - Madlib invades Bluenote - shades of blue

Excelente, principalmente a faixa 2 - Slim's Return.



E uma homenagem aos meus queridos, inseparáveis, antigos e inesquecíveis: Buckshot Lefonque 1 e Music Evolution.




Do Branford Marsalis, que caiu um pouco no meu conceito depois que a Lú me contou ser uma pessoa bem antipática (ao menos no palco) mas continua arrebentando no quesito música.

Lunatico - Gotan Project



Todo mundo conhece, acho, mas não dá pra passar batido. Literalmente a revanche do tango, mistura equilibrada e muito bem feita de tango e hip hop.

El Norte - Gotan Project



E vamos guardando outras dicas pra depois....

Vício


O vício é terrível, idependente de qual seja ele.

Não é por moralismo, nem por nada, mas eu sei como é difícil largar um vício.

Claro que depende muito do poder destrutivo do vício em questão, mas em si, não conseguir deixar de fazer certa coisa, independente do que seja é muito ruim, porque fazemos as coisas sem optar.

Estou parando de fumar pela enésima e última vez, mas sempre percebi que eu não era um caso perdido...

Qual não foi a minha surpresa ao me deparar com essa matéria do UOL, que fala sobre viciados em internet. "Netaddicteds".... graaave....

To sempre pior que muitos e melhor que váaarios...., mas vejam essa matéria na íntegra... é de dar medo.

Matéria Uol - NetAddicteds

Aliás, vejam esse texto de um belo blog, que descobri sem querer.... junta cigarro, cinema e Vaclav Havel, muito propício.

Terceira Noite

My Bloody Valentine



Próximo vício: Caminhar na pracinha com os dois P's! Será que o Freud acompanha sem chiar?

quinta-feira, novembro 22, 2007

A vida


Estava pensando aqui, que a vida é muito mais simples do que parece.

Acho que isso se dá porque queremos enfeitar nossa existência, nos sentir mais importantes do que realmente somos.

Isso me lembra um estudo de campo feito na cidade morta de Bananal. Onde o que mais importava eram as lembranças das pessoas.

Todos enriqueciam suas histórias, criando fatos e feitos memoráveis, pois não suportariam olhar cruamente para trás e constatar: não vivi.

E isso me lembra uma frase de Temper Milles, que andava sumido:

"A vida nos coloca, impiedosa e lentamente, em contato com o que seremos. Para soltar a casaca do velho e criar a nova roupagem. O que temos hoje não nos serve de nada."

A vida é Jazz

Dos estilos musicais que eu gosto, o jazz é o que fala mais alto.

Gosto dele puro, misturado, de ponta cabeça, com leite, de qualquer jeito.

Mas bom mesmo é um leite aditivado, como gostavam os protagonistas de "Laranja Mecânica".

E eu gosto de jazz "envenenado". Taí o que eu gosto mesmo .... Se misturar jazz com hip hop então..... scratch com trompete, uma guitarra trabalhada com um belo timbre somada a efeitos eletrônicos....uma batida mais pesada....

Por isso queria dar a dica: um dos trabalhos mais legais que conheci nos últimos tempos, essa coletânea francesa não deixa cair nenhum segundo, nenhuma faixa.

Chama-se Life is Jazz e é encontrada num e-mule próximo da sua casa. Fiquem atentos a essa capa:
Destaque para as faixas 4 e 6, não que as outras não sejam incríveis.

Lista:

1.Squeezer - Eric Le Lann
2.Sunday Night - Bibo
3.Corovon - Metropolitan Jazz Affair
4.Soso Theme - SoSo
5.Madame Mope - Ozone Cocktail
6.Yunowhathislifeez - Metropolitan Jazz Affair (Shabada mix)
7.Meikuu - Uusi Fantasia
8.Tammi - Rinne Radio
9.Little Nile - The Most
10.Escape From The Trump Tower - Eric Le Lann
11.Plot, The - The Most
12.Roughneck - Eddie Roberts
13.Finisterre - Eric Le Lann

quarta-feira, novembro 14, 2007

Lançamento da campanha para uma nova visão


Quem criou o slogan foi o Wagnão, uma pessoa incrível que conheci quando trabalhei no Circo Mínimo, no espetáculo História de Pescador.

Cenotécnico, carcereiro e "outras cositas mas", morador da ZL, Itaquera.

Ninguém mais indicado para ser apontado como mártir, criador do movimento.

Pra ele, estar de óculos era sinônimo de cegueira, e cegueira era sinônimo de coisa mal feita.

Por isso, quando alguém dava aquela viajada, fazia alguma coisa errada, ou não estava enxergando mesmo, com clareza, as situações, ele dizia:

"Tá de óculos!"

Isso era a forma curta ainda, pra facilitar, pois o completo seria:

"Tá de óculos, touca, luva e máscara de solda"

Isso quando ele queria dizer que alguém estava completamente cego, sem entender nada ou com uma avaliação deficiente das situações.

E quem criou a campanha foi o rick, e faço questão de inaugurar/divulgar no Rapsberry Dreams.

Vamos tirar os óculos? Achei interessantíssima a metáfora, pois geralmente quem não enxerga coloca os óculos ao invés de tirar, mas é aí que mora a jogada:

Manifesto por uma nova visão: Versão incipiente - que depende dos outros participantes darem suas contribuições. Trata-se de um movimento aberto.

Tirar os óculos significa nos despir de preconceitos, de visões deturpadas e de comportamentos viciados, de visões errôneas que engolimos sem questionamento.

Tirar os óculos é voltar a enxergar com o próprio aparelho de visão, sem acreditar nos incríveis recortes dos "fatos mais importantes do dia", que facilmente acabam passando pelos "únicos fatos do dia" ou os "únicos fatos importantes", quando na verdade, os importantes mesmo nos passam despercebidos.

Tirar os óculos, também é se lixar para a política Pocket Info, pois sabemos que as coisas são complexas, e grandes textos devem ser lidos e esmiuçados, porque nem tudo é passivel de compactação.

O que mais?

Conto com a contribuição de todos, pois não se faz um manifesto em 15 minutos.

Minha proposta é publicar a versão final em diversos blogs simultaneamente e para isso estou cadastrando blogueiros engajados.

Quem se habilita?

terça-feira, novembro 13, 2007

Citações

Resolvi fazer um post só sobre citações.

Sempre gostei delas e sei algumas, e depois das do Albert, achei interessante trazer outras.

Vamos começar com a letra V? Não me perguntem o motivo. (é duro não saber a regra dos "Porques - Por ques - Por Quês"

A força não me seduz nem me doma; O ódio e o desprezo são as únicas homenagens que lhe tributo. (Vargas Vila – Libre Estética, 78)

Terrível coisa é a felicidade! Cremos que ela nos basta e uma vez atingida essa falsa meta da vida, esquecemos o fim verdadeiro da existência: o dever. (Victor Hugo – Les Misérables, vol. 9, 1)

Meu Deus protegei-me de meus amigos! Dos meus inimigos eu me encarregarei. (Voltaire)

Posso não concordar com nenhuma das vossas palavras, mas defenderei até a morte o vosso direito de enunciá-las. (Voltaire)

Deus é contra a guerra, mas fica do lado de quem atira bem. (Voltaire - Dicionaire Philosophique, Tolérance)

sexta-feira, novembro 09, 2007

Tropa de Elite


Não assisti ao filme tropa de elite ainda.

Mas deu tanto pano pra manga que sinto como se tivesse assistido.

E agora me deu revolta.

Por um simples motivo: As classes média e alta podem comprar drogas e sustentarem o tráfico, compondo uma das pontas de um espinhoso arranjo social.

Mas dizer que é essa tropa de elite a responsável por todo o tráfico é um absurdo.

Quem comanda esse jogo sujo (onde policiais (de baixo), favelados e consumidores de drogas são vítimas) são os endinheirados do congresso, de terno e gravata, senadores, altos políticos enfim.

Quem comanda tudo não é preso, não mata e não morre nessa guerra, apenas manda prender, manda soltar, manda matar e decide as leis do país....

Quem comanda o tráfico não mora na favela, não troca tiros com a polícia, nem seduz adolescentes. São empresários da droga, que comandam tudo de longe, como tudo no Brasil. Com conchavos, propinas, almoços de negócios....

A propósito, o que foi a gota d'água, pra quem já estava farto de ouvir falar do capitão Nascimento como um verdadeiro herói brasileiro, foi essa matéria que saiu hoje na Folha Online - Cotidiano.

É absurdo, revoltante e ultrajante que algo assim possa acontecer.

Vejam a matéria na íntegra, onde um comandante do BOPE, assume que matou o sequestrador do ônibus 174, no Rio, que faria de novo e que "morreu, morreu, antes ele do que eu".

Detalhe, não defendo o que fez esse sequestrador, mas matar alguém asfixiado dentro de um camburão e alegar legítima defesa, é ridículo. Afinal, o sequestrador mordeu o capitão e chutou o vidro da viatura....

Seria pra rir se não fosse de chorar e se não acontecesse agora, e agora, e agora, e agora.....

Matéria Folha SP na íntegra

terça-feira, novembro 06, 2007

Um Albert qualquer


Como sei que estou devendo (vejam a minha produção de postagens em setembro e em outubro), nada como recuperar o tempo perdido quando encontramos um resto de mente pensante, no fim desse corpo que trabalha.

Essa frase veio da Julia, ou pelo menos passou por ela, até chegar em mim, mas veio de um cara chamado Albert... vejam se vocês adivinham o sobrenome dele.

Já que tanto falei em saber sobre a infinitude do universo.....

"Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que diz respeito ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta."

e mais uma de brinde, dele mesmo: prova de que o universo mora dentro...

"A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original."

Burma/Myanmar - Ghandi Vive



Esse é um texto importante, escrito pelo homem que foi o último chefe de estado da antiga Checoslováquia e o primeiro presidente da República Tcheca, Vaclav Havel,um libertário acima de tudo, já citado neste blog.

Ele mostra perfeitamente como somos alheios às questões mais importantes e achamos que "democráticamente" assistimos a um resumo das notícias mais importantes do dia no nosso jornal favorito, ou no site, ou na televisão.

A situação em Burma/Myanmar é grave, e nada se fala a respeito!

A tradução, foi feita na raça, por mim mesmo, mas na hora que a coisa "apertou", tive que recorrer a especializadíssima ajuda da Yzwooh (Sitzuokohara para os íntimos), que retraduziu o texto e revisou toda a tradução.

Muito obrigado Sitzo!

Segue a tradução e um link para a versão em Inglês:

Versão integral em Inglês (traduzido do Tcheco)

(clicar no link do texto (In the coming days)

Nos proximos dias

Nos próximos dias e horas, o futuro destino de Burma/Myanmar e a sina de mais de cinqüenta milhões de seus habitantes serão decididos.

A situação atual vem se desenhando por muitos anos.
Ninguém, no entanto, foi capaz de dizer com precisão, quando uma revolta aberta contra a ditadura militar ocorreria.

Eu temo que, com apenas algumas poucas exceções, as diplomacias de muitos países mais uma vez foram surpreendidas e pegas “de calças curtas” pelo rápido desenrolar dos fatos e estão, portanto, despreparadas e sem saber o que fazer.

Quantas vezes isso aconteceu? O que é pior, entretanto, é a consideração mostrada pelo medo entrincheirado de uma reação dos países, que acham o silêncio mortal existente – através do qual esses países asiáticos se apresentam para o mundo exterior – conveniente.

Em Burma, o poder de monges educados – pessoas que são desarmadas e pacíficas pela própria natureza – se insurgiu contra o regime militar.

Isso não é uma grande surpresa para aqueles que tiveram um interesse mais aprofundado na situação de Burma.

Uma maioria de monges achou difícil de suportar os esforços centrais e regionais para corromper a sociedade monástica e danificar a sua imagem para pressionar os seguidores de outras religiões.

Claro, se eles não tiverem os benefícios do apoio universal, coordenado, econômico e político da mídia, todo o desenvolvimento em Burma deve retroceder aproximadamente vinte anos.

Diariamente, podemos escutar "learned debates" e proclamações emocionais em defesa dos direitos humanos em muitas conferências no mundo todo.

Como é possível que, em última instância, não somos capazes de responder contra a força militar que está se estabelecendo em uma capital e vários outros centros de resitência.

Por décadas estivemos lutando pela reforma das Nações Unidas para que possamos renunciar à nossa dignidade cívica e humana frente aos conflitos, não só os notórios, mas também os que estão acontecendo agora em Burma ou Darfur.

Não são as vítimas da repressão que estão perdendo sua dignidade, mas a comunidade internacional, que olha e assiste seu destino.

Ditadores não conseguem usar nenhuma outra explicação para a falta de habilidade para coordenar medidas internacionais do que olhar para isso como confirmação do status quo e sua própria impunidade.

Vaclav Havel


www.vaclavhavel.cz

quinta-feira, novembro 01, 2007

Penta


Não podia perder a chance, de gritar publicamente, somos PENTA CAMPEÕES BRASILEIROS!

E diga-se de passagem, os únicos, pois aquele título do flamengo, da Copa União em 88, não conta. Não conta meeeesmo.