Uma chuva torrencial que me atormenta e faz feliz
Devolva-me a água!
Deixe-me estar na tempestade e ser só ar.
Não estar com os pés no chão
e escutar os segredos dos pingos
dos relâmpagos.
Escritos pelas marcas no chão
histórias e devaneios do vento.
Agora ela veio de verdade.
Ah! relva como te ressentes
ao regozijar-se com essa chuva de torrentes.
Dos pingos brutos que a ti beijam
espancam-te, dançam contigo.
Não olha com quem conversa
não pede licença mas vem convidada.
Se anuncia com trompas e trombones
faz alarde e espalhafato
Se exaspera e se aquieta
deixando apénas sua aura azul.
E de sorrateira que és
faz a volta sem alarde.
Se instala em silêncio
e permanece por horas
enganando quem faz dela idéia pouca.
E de pouca água em pouca água
devolve-me o sabor da terra.
Finge ser pura inocência
mas resolve sua sina.
Infeliz do seco homem
que seus ares não respira,
cuja pele não atina,
cuja fronte é tão altiva,
que pragueja dessa vida,
e não olha mais pra cima.
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Um comentário:
puts!!
bonito pra caraí!
Pingos!Caiam sobre mim!
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